Este sim é um assunto urgente em
nossa cultura. Para começar, vamos refletir sobre três perguntinhas: somos
salvos de que? Por quem? Para o que/quem?
Antes de responder essas
perguntas, precisamos analisar nossa cultura. Vivemos um caos ético! A moral do
oportunismo, que embasa o “jeitinho brasileiro”, está por toda parte. A
Petrobrás nos mostra isso. Escândalos e mais escândalos. A corrupção está por toda
parte, no último feriado, por exemplo, fizemos, em família, uma viagem para o
interior do estado em que vivo e foi possível reconhecer desde o trabalho
escravo, em pequenas lavouras, até o abuso sexual infantil. Caos! O mundo pede
socorro!
Nossas instituições estão
falidas/falindo. E não quero que você pense que sou pessimista, porque não sou.
Quero ser o mais realista possível. Por favor, converse com algum professor de
Ensino Médio ou Fundamental. Não há respeito por parte dos alunos. Não temos
referencial de autoridade. Você, que é pai, sabe do que estou falando. Vivemos
com índices exorbitantes de violência, por exemplo. O medo tomou conta dos que
vivem nas cidades.
Um bom sociólogo explicaria a
realidade a partir da sociedade. Um bom psicólogo faria a projeção para o outro
ou para o meio. Um bom filósofo teorizaria a realidade e tentaria encontrar uma
razão para toda esta balbúrdia que vivemos. Que cegueira! A verdade está tão
perto e acessível, que não conseguimos enxerga-la! O problema do mundo é o
pecado! O pecado é, em primeiro lugar, contra Deus. Um bom sinônimo de pecado,
para facilitar nossa compreensão, é crime. Cometemos crimes contra Deus. E não
somente isso, mas cometemos crimes contra os outros. Isso explica o caos
social. Cometemos crimes contra Deus contra o nosso próximo.
Nos tornamos criminosos em Adão.
No Éden, ele e Eva resolveram ir contra o Criador. Cobiçaram o seu lugar. O
problema? Fomos criados para refletir a imagem de Deus e não para sermos
criadores. Não temos essa capacidade. Sendo assim, fomos expulsos da presença
do Criador e passamos a viver separadamente dEle. Viver separados de Deus
significa morte espiritual. O homem, então, não é bom, por natureza, mas
completamente depravado. Somos criminosos de coração. Nossas mãos estão cheias
de sangue, porque nascemos desligados do Criador.
O fato de nascermos desligados da
fonte da vida trouxe algumas consequências para nós. Tim Keller, escrevendo
Igreja Centrada, afirma que nossos crimes nos separaram de Deus, ou seja,
espiritualmente. Mas nossa separação, também, é psicológica, física e social.
Começando de trás para frente, quando cometemos nosso primeiro crime, em Adão,
o Criador disse que o desejo da mulher passaria para o marido e ele a
dominaria. Vivemos o auge dessa disputa! Homens e mulheres, ao longo do último
século, se digladiam para ver quem manda mais.
Fisicamente, estamos separados,
porque o Criador disse que lutaríamos com a terra para sobreviver e que o
trabalho seria árduo demais. Você que trabalha sabe do que estou falando. Você
que pega trânsito, todos os dias, e precisa encarar a labuta diária sabe do que
estou falando. Não era para ser assim! Fomos feitos num jardim sacrificial e
sustentável. Mas, nossos crimes transformaram esse jardim num caos. Por isso, diariamente,
você chega em casa moído e, muitas vezes, frustrado com o trabalho.
Por fim, estamos separados,
psicologicamente, uns dos outros. Adão passou a ter vergonha de Eva, porque
estava nu. Passou a sentir medo de Deus. Mas, quem disse a ele que deveria ter
medo, por exemplo. Engraçado que tratamos medo como instinto de sobrevivência.
Mentira! Morremos de medo da morte, porque fomos criados para sermos eternos.
Entretanto, como o salário dos nossos crimes contra Deus e o próximo é a morte,
não sabemos como encarar essa anomalia. Vivemos deprimidos e com pânico, porque
não conseguimos controlar nossas mentes. Tomamos ansiolíticos, porque não
sabemos o que acontecerá amanhã.
Quer explicar a realidade? Volte
para o começo! Foi lá que tudo deu errado. É possível acertar? Claro que sim!
Há salvação para essa realidade de crimes diários.
Em primeiro lugar, precisamos
pensar que não somos salvos do Diabo, porque ele é uma criatura. Uma criatura
não condena outra criatura. Na verdade, criaturas são condenadas pelo Criador.
O que é de Satanás está guardado para ele. Somos salvos da ira de Deus! O
problema é que nossa cultura vê o Criador como sendo um bom velhinho,
coitadinho, que ama a todos. Como somos a terra do jeitinho, achamos que todos
serão salvos. Deus é amor, mas é justiça plena. Se houve pecado,
consequentemente, deve haver morte. Não há como mudar essa ótica! Houve crime?
Então, deve haver punição. Por isso, só é salvo quem paga a conta.
É aqui que queríamos chegar: quem
conseguirá pagar a conta, diante do Criador? Quando perguntamos “de quem você
será salvo?” estamos falando de Deus. Só o Criador pode condenar. Quando somos
salvos, somos salvos da ira divina. Ele é santo e não tem parte com qualquer
crime. Por isso, o Deus Filho assumiu
uma forma humana, viveu debaixo da lei, mas sem cometer qualquer crime. Ele foi
condenado, mesmo sem culpa; morreu e ressuscitou. Ele subiu aos céus e enviou o
Deus Espírito Santo, para esclarecer aos homens o que ele executou. Desta
forma, você consegue responder “por quem fomos salvos?”: por Deus! Deus nos
salvou de sua ira.
Por fim, “para o que/quem fomos
salvos?” é uma resposta fácil: fomos salvos para Deus. Significa que fomos
salvos para glória de Deus. É por isso, que se chama graça. Fomos salvos para
voltar o propósito inicial. Todavia, a graça de Deus é tão maravilhosa que o
estágio final será mais glorioso que o inicial. Glória a Deus por todo o seu
plano salvador.
Crer em Cristo significa ter os
crimes perdoados e poder viver uma vida que glorifica a Deus. Crer em Cristo e
em sua obra significa ser salvo. Creia em Cristo e seja salvo, você, também.
Um grande beijo no seu coração.
Pr. Rômulo Schade Barcellos
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